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terça-feira, 13 de abril de 2010

A violência tem saída?


Abaixo, repasso a vocês o artigo "A violência tem saída?”, publicado no jornal Zero Hora em 01.03.2007 e que, onze dias após, foi reverenciado pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre - RS.

"Esta semana as crianças estão retornando às escolas: você já pensou sobre o que irá dizer ao seu filho (a), no momento em que o deixar na porta da mesma?

Uma família em cada cem, aproximadamente (estatística minha), se preocupa com isso.
Dias atrás, este jornal fez uma matéria no caderno Meu Filho, em que deixava claro aos pais, que a casa do outro não era parque de diversões: as crianças deveriam respeitar as regras daquele local, quando em visita.
Temos visto jovens cometendo atrocidades como a que fizeram com o menino João Hélio (que foi arrastado pelo lado de fora do carro, no Rio de Janeiro, por assaltantes adolescentes) e como fazem diariamente, em outras circunstâncias, em nossa sociedade.
Qual o nosso papel de adultos, e mais ainda, de pais ou responsáveis pela educação de uma criança?
Pedir mais policiamento nas ruas, colocar grades nas casas, comprar armas, lotar a caixa de mail’s dos políticos, pedindo para que diminuam a maioridade penal... será que basta para mais do que nos sentirmos seguros, estarmos seguros?
Apesar de concordar na questão da maioridade (lembro-me bem de quando tinha dezesseis anos: distinguia perfeitamente o certo do errado), vejo essas medidas como paliativas.
Penso que deveríamos ir à raiz do problema: a educação de filhos ou tutelados.
Você pulou da cadeira? Calma. Não se angustie. Você não está só.
Há mais pessoas perdidas nessa tarefa de educar filhos do que você imagina. Fazer o quê. Ninguém nasce sabendo... Mas pode aprender!
Uma idéia seria a de criar em todas as unidades de saúde do país, grupos freqüentes de debates e palestras gratuitos, sobre assuntos que envolvam a criação de seres humanos. Uma escola de pais.
O governo e ONG’s, em parceria, poderiam tomar à frente a viabilidade e administração deste projeto.

Você gosta de futebol? Seu filho gostará. Você ama novela? Sua filha amará. Você chega a sonhar que está surfando? Seus filhos também.
Viu como você tem influência sobre eles? Você tinha consciência que era tanto assim?
O que estou dizendo, é que as crianças precisam de objetivos na vida.
Não estou falando nessas tais de metas empresariais, não.
Estou falando de pessoas que os incentivem, que os estimulem para atividades/ações boas.
O que é atividade/ação boa?
É incentivar ao estudo, por exemplo. Vejo adultos perguntando às crianças pequenas se já têm namorada, mas não as vejo perguntando se estão estudando, fazendo os temas e se comportando na escola.
É incentivar ao trabalho. Já vi muita gente dizendo: “- Ah, não! Lavar carro não é trabalho para mim. Por menos de mil reais, nem levanto da cama!”.
É incentivar à generosidade. O que você pensa sobre essa frase dita de uma colega de dez anos para outra: “- Você é bolsista aqui na escola, então não pode entrar no nosso grupo!”
É incentivar a apreciar a leitura, o cinema, o teatro, à música... enfim, à cultura.
Esses exemplos são todos objetivos de vida.
E bons!

Se quisermos nosso mundo com menos violência física e interpessoal, devemos nos preocupar mais com nossos jovens, educando-os.
Ensinando o respeito, a humildade e a benevolência.
Voltando à pergunta inicial: o que seria bom dizer às crianças e aos jovens, não só no primeiro dia de aula, mas todos os dias do ano, todos os anos, quando as deixamos em frente à escola?
Tenho uma sugestão: “- Boa aula, estuda e respeita.”
(Maria Valéria de Lima Schneider)"