sexta-feira, 30 de julho de 2010
Cadu Procura em Porto Alegre
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Escritores de Cinema (II)
" “- Ah!, eu tenho vergonha...”
Sempre que ouço essa frase de um dos alunos, tenho outra de bate-pronto:
- Você deve ter vergonha se algum dia roubar, matar, magoar, mentir,... e não de fazer uma ação boa.
Às vezes nós temos embaraço de atitudes como pedir licença para passar entre duas pessoas conversando; ou deixá-la ingressar primeiro, estando um homem e uma mulher na entrada d'uma porta ou a espera do elevador; ou de agradecer depois que o colega alcançou um cigarro ou a caneta; ou de ir ao cinema infantil porque já se passou do tempo.
Gestos simples e pequenos não feitos ou culturas bobas e desimportantes deveriam ser melhor analisadas, revistas, por um e por todos, para, aí sim, serem valor.
(Maria Valéria de Lima Schneider)"
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Alba
"Pego a calcinha, a camiseta de baixo, a ceroula, a calça, as meias e o blusão de lã, um por um de dentro do saco doado pelo hospital e os coloco num balde com muito sabão. O cheiro de ácido úrico impregnado em cada centímetro de tecido somado há dias abafado é forte.
Deixo de molho cerca de quarenta horas.
Espremo bem a água suja de cada peça e coloco na máquina, para lavar novamente.
Uma pessoa que sofre AVC se urina.
Ninguém divulga. Ninguém ensina.
Só tive coragem desses atos quando ela começou a apresentar sinais de melhora: o braço e a face esquerda; a ida ao banheiro; se expressar ao telefone; conseguir ler o jornal; a memória.
Tinha certeza que o lixo era o destino.
Decorrido vinte dias, passo as peças a ferro, uma a uma, dobrando com cuidado.
O cheiro de amaciante impondo-se ao ambiente.
Esse será o presente que darei a minha mãe, hoje à noite, quando a vir entrar no restaurante andando sem a ajuda de apoio, alimentando-se com as próprias mãos e conversando com lucidez, na comemoração de seus 86 anos.
E sem fraldas.
(Maria Valéria de Lima Schneider)"
terça-feira, 27 de julho de 2010
Escritores de Cinema (I)
"Toda Cinderela precisa seu dia de baile, então, semana passada fui assistir a dois longas-metragens infantis: O Pequeno Nicolau e Shrek Para Sempre.
Um adulto ver filme de criancinha? Plá!
Darei algumas dicas de como fazer.
Você finge ser um espião: compre um saco de pipoca (pequeno não serve, mas leve muito dinheiro) e um refrigerante, espere chegar um grupo de pelo menos três filhos, sobrinhos e adjacentes e fique na espreita, meio de perto meio de longe e, quando você vir que eles estão se dirigindo à fila do porteiro, coloque-se atrás, assim, fingindo ser mais um a cuidá-los.
Passada essa etapa, vá os acompanhando, parecendo ser do grupo e, quando você entrar naquela escuridão, relaxe e pegue um bom lugar - de preferência, sozinho.
Brincadeirinha; vou lançar aqui um abaixo-assinado para que todos os adultos possam ir ver todos os filmes infantis, sem constrangimentos.
Pergunto: Qual adulto um dia não foi criança?
E mais: Que criança não fica hipnotizada diante de desenhos animados?
Portanto, aí está o primeiro motivo de quem já cresceu ir: resgatar as sensações boas de quando se era pequeno.
Experimente! Raro saí de filmes de desenhos infantis com baixa impressão.
Segundo motivo: de alguns muitos anos para cá, os escritores&roteiristas e diretores de películas mirins têm feito uma combinação tão qualificada, escrevendo frases de efeito e com efeito, situações cotidianas vistas de ângulos distintos, abordagem de temas atuais como adoção, uniões diferentes, aceitação do desigual, a partida de quem se ama, e tantos outros, que o resultado emociona, e sacode, qualquer período.
Quem assina primeiro?
(Maria Valéria de Lima Schneider)"
“bailarina sem breu”
Colunista do jornal Zero Hora, Mariana Bertolucci autografa hoje livro de crônicas com ilustração de Ana Maldonado.
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Local: Praça de Eventos do BarraShoppingSul
Horário: 20hs
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Sarau Literário Zona Sul + AGES
Amanhã a escritora Cristina Macedo recebe o compositor Wanderlei Falkenberg para um diálogo poético-musical.
Ele, mostra suas canções (voz e violão), e ela, lê poemas de Quintana, Leminsk, Sérgio Napp, Manoel de Barros, Paulo Hecker Filho entre outros.
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Local: Iaiá Bistrô - Rua Chavantes, 636 - Bairro Assunção - Porto Alegre - RS
Hora: 19h30min
Entrada Franca
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"A Associação Gaúcha de Escritores (AGES) realiza, no dia 28 de julho, o seu tradicional evento de confraternização no inverno. O jantar acontecerá a partir das 20h, no restaurante Pimenta Rosa, situado no Clube Jangadeiros (Rua Ernesto Paiva, nº 139 – Bairro Tristeza – Porto Alegre).
O cardápio especialmente preparado será composto por mousse de camarão como entrada, e pratos quentes com filé ao molho de cogumelos, arroz com amêndoas e batata suíça. De sobremesa, sorvete com calda de frutas vermelhas.
Entre em contato através do e-mail news@ages.org.br e confirme a sua presença. Os convites são limitados.
Esperamos contar com a participação de todos."
domingo, 25 de julho de 2010
Dia Nacional do Escritor
“No dia 25 de julho é comemorado o Dia Nacional do Escritor, instituído em 1960, após o sucesso do I Festival do Escritor Brasileiro, promovido pela UBE – União Brasileira de Escritores, tendo, na época, como presidente João Peregrino Júnior e vice-presidente Jorge Amado.
Para celebrar esse dia tão especial, São Paulo terá o evento “Dia do Escritor”, no Parque do Ibirapuera, das 9h30 às 17h, com distribuição gratuita de obras de Laé de Souza. O evento é realizado pelo grupo “Projetos de Leitura” em parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo – Secretaria do Verde e Meio Ambiente, e contará com a presença do escritor que fará sessão de autógrafo e conversará com os leitores.
Em uma tenda, montada no parque, em frente à Ponte de Ferro, serão distribuídos 1.500 exemplares das obras “Nos Bastidores do Cotidiano”, no estilo de crônicas curtas, que retrata o cotidiano das pessoas comuns e as complexidades das relações humanas, em uma linguagem coloquial e uma abordagem bem-humorada, dirigida ao público juvenil e adulto e os infantis “Radar, o cãozinho”, “Quinho e o seu cãozinho – Um cãozinho especial” e o caderno “Atividades de Leitura”.
O trabalho é realizado com a proposta de chamar a atenção para a importância da leitura e criar oportunidade de acesso ao livro. O autor da iniciativa, Laé de Souza, não acredita no estigma de que o brasileiro não gosta de ler, mas sim que faltam projetos de incentivo à leitura e que os preços dos livros dificultam a leitura. “recebo muitos pedidos de livros de pessoas que querem ler e não podem comprá-los”, diz o escritor.
Laé de Souza é autor e coordenador de diversos projetos de fomento à leitura, focados nas escolas da rede pública, parques, praças, hospitais, transportes coletivos, hipermercados e outros locais de grande acesso de público, com o intuito de formar leitores. “Ações como estas são caminhos para a formação de leitores”, acredita Laé de Souza.
Para mais informações, acesse o site: www.projetosdeleitura.com.br.
Sobre o “Projetos de Leitura”
O “Projetos de Leitura” iniciou seu trabalho em 1998 e tem seus projetos aprovados pelas leis de incentivo, além de contar com o apoio de patrocinadores, parceiros e envolvimento de professores. Com Sede em São Paulo, o grupo atua em todo território nacional desenvolvendo projetos sem fins lucrativos, com objetivo de vencer um dos maiores desafios encontrados pelos professores e amantes da literatura: o hábito da leitura.
Dia do Escritor - Distribuição gratuita de livros
Data: 25 de julho de 2010 – domingo
Local: Parque do Ibirapuera (Em frente à Ponte de Ferro)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – São Paulo - SP
Horário: 9h30 às 17h”
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Autógrafos de Um Dia De Gato
Sábado, dia 24 de julho, às 17hs, na Feira da Leitura Infanto-Juvenil Fnac/BarraShoppingSul tem contação de histórias e sessão de autógrafos do livro Um Dia De Gato, com Valesca de Assis e Antônio Albino Maciel.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Autógrafos "Dois em Um"
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Dia Do(a) Amigo(a)
“Sexta fui assistir ao Capital Inicial. Não poderia ter melhor início de férias: a Glória na quinta e o show deles.
Está bem, confesso: o mundo não é perfeito: a empregada se foi e as roupas e todo o resto clamaram por água, num dia de sol como aquele. Perdão aos meus amigos pela demora na homenagem.
Lá pelas duas horas da manhã, depois de vários retornos, o Dinho Ouro Preto, vocalista do grupo, parou no canto direito e frontal do palco, esticou o corpo colocando as duas mãos, primeiro na cabeça, depois estendendo-as bem com os braços e os olhos para cima, permanecendo nessa posição, ouvindo os aplausos, por mais de uma centena de segundos.
O último mês de novembro - após cair do palco, de costas, ao final de um show - passou no hospital.
Teve que reaprender a falar, escrever e andar.
Essa era sua segunda apresentação pós-acidente.
Para gravar as músicas do novo cd, “Das Kapital”, precisou treinar diariamente uma única canção com a fonoaudióloga, enquanto que, antes, cinco saiam sem maiores esforços.
No instante em que olhei o Dinho, e os aplausos, e as pessoas, e as luzes, e a melodia, me lembrei no dia do acidente, das energias boas que lhe enviei: assim, como mais uma porção de gente.
(Maria Valéria de Lima Schneider)”
segunda-feira, 19 de julho de 2010
A Obra Infantil do escritor Mia Couto
O 39º Encontro da Reinações – Confraria da Leitura de Textos Infantis e Juvenis debaterá a temática, sob coordenação da escritora Marô Barbieri, amanhã, dia 20 de julho, das 19hs às 20h30min.
A Confraria Reinações reúne, mensalmente, escritores e leitores de Literatura Infantil e Juvenil, a fim de debater a produção literária voltada às crianças e aos adolescentes, destacando seu espaço e importância na formação de público leitor e seu caráter de Arte.
Local: Livraria Letras&Cia – Rua Osvaldo Aranha,444 - PoA - RS
sexta-feira, 16 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
A Rainha das Atrizes
Eu e a Gloria Maria Claudia Pires de Morais crescemos juntas.
Nesse tempo - balanceado Deus sabe como - todo, prezamos os mesmos valores familiares, encaramos com profissionalismo as carreiras, cantamos em extremo sofrimento ou quando em muita alegria - sempre agradecendo por enxergar um lado bom da situação; ela de um lado da tela, e eu do outro: admirando-a.
Amanhã: Gloria Pires ao vivo, sendo entrevistada pelo jornalista Tulio Milman
Local: Shopping Praia de Belas - Porto Alegre - RS
Horário: 19hs
Autógrafos do livro sobre sua carreira: 20hs
terça-feira, 13 de julho de 2010
Quem faz a Literatura Brasileira e Latino-Americana Contemporânea?
Alguns dos novos escritores gaúchos, entre eles Angélica Freitas, Antonio Xerxenesky, Carlos André Moreira e Telma Scherer, acompanhados do poeta argentino Cristian De Nápoli (um dos maiores divulgadores da poesia hispano-americana contemporânea), farão debate de autores brasileiros que têm seus trabalhos publicados na Argentina e América Latina e autores latino-americanos que publicam no Brasil, além da leitura de algumas dessas obras.
Data: amanhã - 14/07/2010
Local: Rua Vasco da Gama, 165 – PoA – RS
Produção: Jornal Vaia e Livraria Palavraria
Contatos: 9892.3603 ou jornalvaia@gmail.com
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Extra! Extra!
Nova seção em breve.
Em Extra! Extra!, vocês encontrarão blog´s de “escritores de gaveta”.
Aguardem!
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Concurso Nacional de Poesia Helena Kolody
O Estado do Paraná torna pública a realização do Concurso Nacional de Poesia - até o dia 16/08/10, cujo edital poderá ser obtido na Coordenação de Editoração e Literatura da Secretaria de Estado da Cultura - SEEC pelo e-mail editoracao@seec.pr.gov.br .
Serão aceitas até três poesias inéditas.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Concurso Cultural Minidrama
Com o objetivo de discutir novas possibilidades de narrativas dramáticas, a SP Escola de Teatro - Centro de Formação das Artes do Palco lança o Concurso Cultural Minidrama.
Os participantes devem escrever uma pequena peça de teatro com a Tag #MDRAMA no Twitter.
Os 100 melhores autores terão os seus trabalhos expostos no portal eletrônico da Escola e no Twitter, além de fazer parte da primeira coletânea de Minidramas publicada pela Instituição.
Com tema livre, cada participante poderá enviar quantos textos desejar, do dia 2 de julho até 15 de agosto.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Você lê, atentamente?
Pois então deve ter percebido que eu não usei "A maturidade provoca fatos maravilhosos" na crônica "Os pais e os segredos" e sim, "A maturidade provoca fatos extraordinários".
-
Quando estava encerrando o texto, depois de enxugá-lo, puxar uma palavra daqui e deixá-la lá, acrescentar mais uma ideia, inverter parágrafos (engraçado, faço muito isso), li a frase "A maturidade provoca fatos maravilhosos" e pensei que este último vocábulo não exprimia bem o contexto.
O que fiz, então: cliquei na barrinha de sinônimos do Word, e escolhi outra - que também não considerei adequada e, em cima desta, cliquei novamente e achei extraordinários.
Pronto!
Ponto final.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Palavras que marcam
“A maturidade faz coisas maravilhosas”: essa foi a frase que pensei usar no final de uma crônica escrita há pouco. Mas não o fiz e explico por quê.
Eu e minha turma - uns trinta e cinco alunos - deveríamos falar demasiado a palavra coisa:
“Eu vi uma coisa.”
“Eu fiz uma coisa.”
“Pega a coisa pra mim.”
“Me traz aquela coisa.”
porque um dia a professora de Português entrou na sala, postou-se diante da classe, largou os livros com certa decisão sobre a mesa, nos olhou muito seriamente - não era característica sua - e disse:
- A partir de hoje ninguém mais vai dizer a palavra coisa na aula. Todos vocês estão proibidos de dizer essa palavra. Nunca mais!!
Eu, segunda mais nova da sala e o que a professora falasse era lei, fiquei muda.
Pensava em abrir a boca para pedir algo (sei lá, uma borracha ou lápis) e nada saia porque em meu pensamento mau habituado vinha:
- “Me passa aquela coisa.”, “Me dá essa coisa.”, “Me empresta a coisa.”, e percebi que realmente usava de forma exagerada a expressão.
Até hoje lembro desse momento em sala de aula quando me deparo com a palavra coisa.
Ela não esclareceu (e no alto dos meus dez anos eu precisava disso) que cada objeto no mundo tem um nome e que, se nós quiséssemos falar sobre ele, ou pedi-lo, deveríamos trocar a palavra coisa pelo nome do item.
Ou seja: ela não foi didática.
Ela não explicou. Ela determinou.
Levei um bom tempo sem falar, sem pedir, mas resultou em mim pequena sequela e eterno aprendizado.
Quando escrevi aquele final lá de cima “A maturidade faz coisas maravilhosas”, a quinta série pulou no meu cérebro, lembrei-me da professora e:
procurei algo melhor.
“A maturidade provoca fatos maravilhosos.”
A professora tinha razão.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Segredinhos
“... os Contos de Fada não são um gênero Infanto-juvenil. Há um equívoco generalizado em volta disso.
O que faz com que um conto seja um Conto de Fadas é exatamente a sua possibilidade de múltiplas, infinitas leituras; servindo, portanto, para qualquer idade. (Marina Colasanti - entrevista em vídeo para Saraiva Conteúdo - 19/08/09)”
sexta-feira, 2 de julho de 2010
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Os pais e os segredos
“Tirem os filhos da frente do blog, porque contarei um segredo.
Tenho uma colega de trabalho muito inteligente.
Essa credencial por si só bastaria para descrevê-la; mas não posso, porque é ainda extremamente bonita, sabe ouvir com atenção, fala pausadamente o que pretende - escolhendo bem o quê e como irá dizer (fazendo rodeios, mas chegando lá), e coloca ideias apropriadas e que contribuam para o crescimento do grupo.
Enfim, com todas essas propriedades, bem poderia ser uma Diplomata.
Ou miss.
Porém, ela é sábia.
Dia desses a ouvi conversando:
- Porque a gente precisa se fazer de burra, né? - ela está com a minha idade e tem dois filhos homens, beirando os trinta.
Para conseguir manter um bom relacionamento com eles, continuava sua linha de raciocínio:
- Porque se você chegar dizendo o que vai acontecer depois do que eles acabaram de contar - porque você já está careca de saber aonde aquilo vai dar - eles se fecham. E se eles se fecham, aí você não consegue mais nada.
E ela seguia:
- Então, eu me faço de burra e digo: “É, meu filho?”, e eles prosseguem.
E, após terem adicionado algo:
- Mas que coisa!
Quando os filhos paravam de falar, mantinha o papel de ingênua:
- Jura que isso aconteceu?
E aí eles descreviam um pouco mais o ocorrido.
A maturidade provoca fatos extraordinários.
(Maria Valéria de Lima Schneider)”