Se tiverem comentários, literalmente é só falar.







quinta-feira, 17 de junho de 2010

Preciso de Doritos!


Ainda sobre o trânsito - mas de outro ângulo, e como exemplo de um texto que inicia por um caminho, dá uma enorme volta, parece perdido, mas retorna ao ponto inicial, divido com vocês a crônica publicada ano passado no blog ZH Zona Sul, do jornal Zero Hora, sugerindo uma reflexão para o período de Páscoa.


“A culpa já o pegou em algum cotovelo da vida?

Pois eu passava em frente a uma das tantas escolas que temos pela Zona Sul e não é que tive sorte?

Por entre os carros estacionados, sai um menino com skate ficando vinte palmos diante do meu.

Ele, de no máximo 12 anos, ria, girava o corpo para um lado, para outro, as mãos no ar a fazer equilíbrio e gestos de satisfação; os joelhos curvados feito cobra para esquerda, e para a direita e para a esquerda novamente, sem conseqüência alguma e próprio da idade, posando para as quatro fotos que meu passageiro obteve.

O microsskatista desceu pleno de felicidade uma lomba de aproximadamente duzentos metros.

-

Ficou preocupado se conhece a criança?

Seu filho talvez?

Um sobrinho ou neto? Vizinho, quem sabe?

Não divulgarei as fotos até porque, prestem atenção: noutro dia, em frente a outra escola, aconteceu a mesma coisa.

E também com um pré-adolescente!

Eu não acreditei no que via e pensei: duas vezes a cena defronte aos meus olhos, com certeza é Deus mandando escrever sobre o assunto.

Se ocorresse uma, quem sabe eu nem ficaria alerta, mas duas:

Ele está me fazendo de instrumento.

Sim, porque tenho a convicção de que todo o ser humano serve como meio Dele para fazer um ou outro sentir um pouco mais de felicidade, cuidado ou amor.

Ou tudo junto.

Mesmo que à distância, como estou fazendo agora, com este alerta aos cuidadores desses pequenos.

-

Penso com meus laptops de quem seria a responsabilidade dos atos das crianças:

“- Já escovou os dentes? Fez os temas hoje? Te comportastes? Respeitou as pessoas?”

Levante a mão quem ouviu essas perguntas pelo menos quinhentas vezes ou as fez para alguém.

Eu sei, elas cansam a pessoa que escuta e muito mais a quem pergunta a todo o momento.

Mas eu falava em culpa no início deste post.

Uma forma de evitá-la é não desistir de ser responsável.

Boa Páscoa.

(Maria Valéria de Lima Schneider - Crônica publicada em 11/04/2009)"