Se tiverem comentários, literalmente é só falar.







quinta-feira, 13 de maio de 2010

Entrevista com a Inspiração


Como vocês se chamam?
Gato manchado de branco:
Eu sou o Fre, de Frederico.
Gato preto: E eu sou o Léo, de Leonardo.

Vocês têm Orkut?
Os dois ao mesmo tempo:
Siiiim.

Nota da redação: não foi ideia minha.

Qual o tamanho de vocês?
Gato manchado de branco:
O de um cachorro médio.
Gato preto: Do tamanho que minha dona sonhar.

Como vocês se conheceram?
Gato manchado de branco:
Nós somos irmãos.
Gato preto: É.

Deixem um recado para ela:
Gato manchado de branco:
Eu a amo muito.
Gato preto: Eu! a amo muito.
Gato manchado de branco: Eu! a amo muito!
Gato preto: EU a amo muito!
Gato manchado de branco: EU a AMO MUITO!!
Gato preto: EU A AMO MUITO!!!!
Fiisssccchhhh!!
ÓÓiiiiéééuuuu!!!
Sssccchhhh!!!!
Nhóóuuuu!!!!!

Nota da redação: agradecemos sua atenção.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Cheiro de Mato




"Juro que sentia o perfume da grama saindo da televisão, enquanto vivi longe da Zona Sul, há alguns anos.
Até os 26, morava numa casa e, após, como quem casa quer casa, fui para um apartamento.
Apesar de residir à meia quadra da Assis Brasil e a cem metros do estádio do meu coração - o São José, a região do IAPI era um lugar tranquilo e de paz. Porém, se você está habituado ao verde, ao perfume das flores, o som dos cachorros latindo, passarinhos entoando assobios e o contato com a terra, a falta de um pátio corroerá suas entranhas.
É claro que morar em apartamento tem suas vantagens, como a de não precisar manter o jardim bonito, fechar só uma porta, as janelas ficarem abertas e as roupas no varal.
Mas faltava alguma coisa, e minha redenção se deu em frente ao aparelho de tv.
Olhando reportagens, novelas, seriados e desenhos - uma das poucas opções que se têm em um ap(a/e)rtamento, fiquei encantada com cenas bucólicas de bois e vacas pastando no campo, o sol fraco das manhãs esbranquiçadas após uma noite de geada, cavalos e cavaleiros tendo o céu como companhia.
A sedução foi tal, que meu programa de domingo se transformou em levantar bem cedo, fazer um chimarrão, ir para o sofá e ver Campo e Lavoura: eu sentia o cheiro da relva molhada vendo as imagens.
Desta forma, compreendi que ter prédios como vizinhos, grandes, pequenos, médios, paredes brancas e cinzas, tijolos à vista, janelas marrons, verde-escuras e azul forte, pedras, concreto, todo o dia, decididamente não estava em meu DNA.
E você, já consultou o seu?
(Maria Valéria de Lima Schneider - Crônica publicada no blog do jornal Zero Hora, o ZH Zona Sul, em 18/03/2009)"

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Frases


“O romance sugere, a poesia insinua.”

“Tenho grandes viagens em livros e acho que isso é jornalismo.”

“O jornalista esgota a informação; a literatura abre brecha para o leitor completar, dar sua interpretação.”

“Em todas as áreas do jornalismo estão querendo escrever melhor e isso é muito bom.”
Airton Ortiz (escritor e jornalista – 17/04/10)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Título (5)


Então, título sucinto, curto, é o que atrai o leitor.
Mas não qualquer título sucinto: ele deve ter palavras adequadamente escolhidas.
Palavras que o seduzam à leitura.
“- Mas, então, escrever é calculado? Não é inspiração ou intuição ou todos os outros “in’s” que existe?”
Sim. Tudo isso que você perguntou, junto.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Título (4)


“O Segredo dos Sons das Portas” também é muito grande para uma abertura.
As pessoas hoje estão muito apressadas, tendo que ir não sei onde e grandes títulos nem lêem.
Portanto, antene-se: os publicitários, antes de nós, já sabiam que frases curtas convidam o leitor.
E o blog seria literário.
Dei mais duas raciocinadas, peguei no tranco e uni: “Segredos Literários”.
Pronto.
-
Só faltava mais uma coisa: alguém ter chegado antes de mim com essa idéia e o blogspot não aceitá-la (como já tinha ocorrido várias vezes).
Fiquei até surpresa da aprovação.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Título (3)


O nome do blog surgiu de “O Segredo dos Sons das Portas”.
-
Estava em fase de construção e necessitava de uma alcunha. Pensei em várias possibilidades e nenhuma agradava.
Sabia que teria de ser algo que desse impacto, que chamasse a atenção; porque é para isso que os títulos existem: atrair o leitor.
Folheava uma revista, dessas semanais, antiga, e havia a manchete: “O Segredo dos Sons das Portas”.
Incrível esse título: carregado de poesia, nuanças e argúcia. E num magazine de fofocas!
Um desperdício.
Algumas linhas explicavam o porquê das portas rangerem ou dar estalo (se alguém quiser, é só pedir que posto).
“O Segredo dos Sons das Portas”: conjecturei em fazê-lo nome do meu blog, mas refleti que talvez pudessem me confundir com a própria porta, dei mais duas raciocinadas:
e desisti.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Você Não Está Só


O artigo a seguir foi publicado no Jornalzinho da Criança - Porto Alegre - RS - em dezembro de 2005, e defende que na maioria das vezes o ofício de escritor pode ser penoso:

"Antônio Fernando Borges coloca que: “Escrever dá trabalho. Se alguém disser o contrário, desconfie.”.
Vou explicar.
No mundo dos escritores, onde se exige perfeita organização no infinito baralho de letras, o único momento glamouroso é quando se torna conhecido e reconhecido pelo que faz. Nesta tarefa e, principalmente para quem está iniciando, o resto é puro sacrifício.
O ato de escrever é uma tarefa autocentrada e, portanto, individualista; por isso, as relações familiares muitas vezes ficam prejudicadas, havendo desgaste. Como disse Moacir Scliar, a palavra escrita é um território que partilhamos em silêncio.
Outra questão é o momento propriamente dito de escrever.
A escolha das melhores ideias, do casamento de um substantivo e um adjetivo de maneira que chame a atenção do leitor, que esta escrita seja significativa, que ela seja compreensível, que seja correta,... e como a escritora Cíntia Moscovich bem diz: “depois, é reescrever e reescrever.”
E Martha Medeiros acrescenta que conhece nenhum escritor que trabalhe sem o dicionário ao lado.
Luis Fernando Veríssimo coloca, entre outras ideias, que escrever bem é compartilhar uma realidade inédita ou um sentimento importante com o leitor, de tal maneira que o que está escrito e como está escrito se completam.
Não disse que era árduo?
Outro fator é a inspiração.
Quem pensa ser a cabeça dum autor cheia de luminosas ideias de batepronto, sinto muito em desapontá-lo: uns escrevem quando têm tempo, outros em grande sofrimento, ou quando lhes veio um pensamento diferente, passam dias sem escrever por falta de vontade (é, acreditem!), alguns gostam de planejar e outros se utilizam de técnica.
Qualquer arte possui sua técnica, como diz o escritor Luis Antônio de Assis Brasil. Ele entende a técnica literária como a soma das condições necessárias à escrita. É o senso de medida na frase, sua musicalidade, a perfeita construção do diálogo, a eficiência descritiva e narrativa e, em especial, a ideia de proporção da peça inteira, de modo que suas partes dialoguem com a necessária harmonia compositiva.
É mole?
Segundo ele, técnica é saber que não se escreve para desabafar, mas para construir uma realidade estética autônoma.
Técnica é encontrar a forma certa de fazer com que o leitor se sinta angustiado de desejo para saber o que virá mais adiante.
Difícil, não?
Quanto mais experiente o escritor, mais se dará conta de que a inspiração, o mote, uma ideia interessante a ser escrita não vem só da leitura de muitos livros. Pode vir duma notícia de jornal, da conversa no elevador, de um pássaro na árvore, dum manual de instruções e até mesmo dos desenhos na pedra de granito.
E o autor necessita de todos esses elementos, para ter o que escrever!
Logo, o escritor precisa ser também um grande observador. Ver, o que a maioria não enxerga.
Não se suicidem: pode-se treinar a mente para que isso aconteça. Exercitando, um dia se chega lá!
Outro embate crucial com que o escritor se depara para dar vida a sua obra é a impressão. Porém, há a alternativa das edições independentes que lutam bravamente contra as imensas dificuldades de distribuição e penetração na mídia especializada, como escreve Marcelo Moutinho.
Difícil também para o escritor, é a divulgação de seu livro. Como diz Taylor Diniz: ninguém escreve para a gaveta.
Por fim, pesquisando a trajetória de vida dos escritores, você verá que até mesmo os mais renomados já tiveram seus momentos de dificuldade em relação à crítica.
Todos eles. O escritor Rubem Mauro Machado coloca que as competições em forma de concursos são válidas, mas suas sentenças para o bem ou para o mal, não devem ser tomadas demasiado sério.
Portanto, não supervalorize a crítica. Nem as negue.
Use-as, para seu crescimento!
Dureza, não?
Então, escritor, você não esta só!
E você leitor, valorize o livro que tenha em mãos. Pense em tudo o que foi narrado acima e, ao encontrar seu escritor favorito, vá até ele e diga como o aprecia pelo que escreve.
Ah! Um mail também serve.
(Maria Valéria de Lima Schneider)"